Ao meu amigo, John Michael Osbourne

Por: Yank Valéria Almeida*

Crédito: Dia Dipasupil/Getty Images for The Rock and Roll Hall of Fame

Nos anos 2000, sem o acesso supervisionado à internet, eu tive acesso ao infinito mundo da música. Era uma menina do interior, da cidade de Codó (Maranhão) ávida por ler e descobrir tudo o que pudesse. Quanto mais conhecia o mundo, mais me sentia distante da minha própria realidade.

Dentro de casa, minha família já me proporcionava boas influências musicais, mas foi com o segundo casamento de uma tia que eu tive acesso ao que considero o “Santo Graal” da música. E nesse meio estava Crazy Train, a música que me fez vestir preto, usar lápis de olho excessivamente em pleno sol do Nordeste e me apaixonar pelo rock de uma forma definitiva.

Não consigo mensurar quantos amigos músicos fiz ao longo desses anos, mas também não posso negar a frustração de perceber que meu talento para a música era quase nulo. Mas, mesmo assim, os riffs poderosos e as melodias que varriam minha alma, até mesmo a introdução sombria de Mr. Crowley, fizeram do heavy metal meu fiel guardião naquela parte da minha vida.

O Ozzy foi mais do que um ícone para mim. Ele se tornou uma figura quase paterna. A personalidade excêntrica, seu sotaque inglês sempre um pouco embriagado e toda a irreverência que vimos na série The Osbournes, revelaram o John por trás da persona. Um homem genial, e um músico ainda mais genial.

Perder o Ozzy foi como perder um pedaço da menina interiorana que eu fui: cheia de sonhos, mas com um deles nunca realizado, ver o Príncipe das Trevas ao vivo. Quem sabe, em outra oportunidade, mas não em outra vida. Pois para mim, ele nunca vai morrer.

God bless you, fucking Prince of Darkness!

Yank Valéria Almeida* é colaboradora do Plantão Rock, da Morcegão FM

2 comments

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Andréa Braga

Que relato importante!!! Pura nostalgia boa que o Rock nos traz e que só obras primas como as citadas no texto e originais ficarão para a eternidade e nos corações.

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